Raciocinando... matemáticamente

Se 1 balão dá para fazer 2 máscaras...
- Vamos ter um problema! - disse logo o Miguel P.- vai sobrar metade!
- Metade de quê?
- Metade de um balão, porque nós só somos 15.
- Então e de quantos balões vamos precisar para fazer as nossas 15 máscaras?
- Vou pensar e depois digo.

Esta conversa aconteceu ontem e hoje pela manhã...
- Então, já conseguiste resolver o problema de ontem? 
- Já, acho que são 8.
- E como pensaste?
- Usei papelinhos para fazer de conta e contar.
Quisemos então perceber como foi que ele chegou a esta resposta.
(concretização do raciocínio: as máscaras estão representadas pelas tampinhas; cada par de tampinhas (2) forma 1 balão.)
Apesar de achar que eram 8, foi buscar só 5 balões e viu que não chegavam, davam só para 10 máscarasAí, mudou de estratégia e foi buscar mais 5 máscaras (para fazer 15). 
Depois juntou-as 2 a 2 para formar balões e obteve a resposta: 
- Precisamos de 8, mas só vamos usar 7 e meio!

Com o entusiasmo de matematicar, continuamos com outra situação-problema:
Uma tartaruga marinha pôs os seus ovos na areia e nasceram as tartaruguinhas. Só que ficaram todas de patinhas para o ar e agora a mamã tartaruga não consegue contar quantas nasceram, porque as cabeças não se veem! 
Toca a ajudá-la... com recurso a materiais manipuláveis da sala (plasticina e pauzinhos) para simular as patas das tartarugas.
Começamos pelos mais crescidos, estabelecendo que cada tartaruga tinha 4 patas, fizeram grupos de 4 e depois contaram-nos:  16 patas são 4 tartarugas.
- A mãe tartaruga teve 4 tartaruguinhas!
Depois o problema foi simplificando: passou para os olhos, que são só 2! 
- Aqui estão 6 olhos, quantas tartarugas são? 
Foram feitos os pares de pauzinhos e contados: 
- 6 olhos são 3 tartarugas.
Também fizemos com outras partes do corpo que a tartaruga só tem 1 de cada:
- 5 rabinhos são 5 tartarugas; 2 carapaças são 2 tartarugas... e por aí fora.
Assim todos, mesmo os mais pequeninos, puderam ter sucesso a resolver um problema de matemática! 
De tarde, registamos graficamente a primeira situação apresentada. 
Amanhã mostramos porque entretanto... começou a acontecer algo na sala que não deixou a professora fotografar os registos:
Um pequeno grupo de meninas organizou-se e começou a fazer o jogo das cadeiras. 
Apenas pediram ajuda para colocar um video do Panda "porque precisamos de música para andar à volta das cadeiras". E depois, foi mais ou menos assim...


Já um bocadinho antes, o mesmo grupo tinha tomado outra iniciativa em conjunto: 
ensaiar músicas, com o livro-viola que uma tinha trazido para a sala!
Um pequeno excerto que a professora "apanhou" deste trabalho colaborativo...

A malta fixe não pára, nem deixa ninguém parar...
As nossas janelas dizem isso mesmo, estão cheias de projetos e de tartarugas coloridas!
Mesmo sem o sol para as fazer brilhar...

Comentários

  1. Muito bom...E assim se vai pensando logicamente, matematicamente!
    Beijinhos Triquiteiros

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  2. Juca, maravilhoso trabalho!
    Sabemos que as crianças do pré-escolar necessitam ainda do concreto para representar e a brincar com materiais diversos (tampas, palhinhas, caricas...)a criança vai construindo mentalmente as somas, subtrações...
    Mas aqui o trabalho foi excecional, pois a multiplicação e a divisão aconteceram num patamar lúdico e extremamente pedagógico. Parabéns colega! Parabéns Fixes!

    Para março irá sair a minha próxima obra "Era uma vez...no reino da matemática", com 20 fábulas e algumas sugestões de trabalho na área da matemática. Se entretanto tiver curiosidade...

    Beijinhos
    Laura e piratinhasnoji.blogspot.com

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