Na Sala Fixe não se costuma usar o que está incluído no título do post...
...mas é bom explicar porquê, até porque este ano todos estão mais crescidos e o grupo integra agora dez crianças finalistas (5 anos), sete médias (4 anos) e uma de 3 anos.
Fala então a educadora:
Pedi emprestadas as palavras que encontrei aqui, pois parece-me que explicam bem aquilo que defendo na minha prática pedagógica:
"Muitas vezes, no espaço formal das escolas a reprodução de tais imagens (personagens mediáticos como Barbie, Kitty, princesas Disney, Harry Potter, Homem Aranha, Batman...) é estimulada através da decoração das salas de aulas e da distribuição de desenhos de personagens para serem coloridos pelas crianças.
Nestas primeiras tardes chuvosas... estamos a consolidar o hábito (aos pouquinhos), de começar uma tarefa, concentrarmo-nos e empenharmo-nos nela e conseguir terminá-la com sucesso! Seja ela da nossa iniciativa... ou não!
...mas é bom explicar porquê, até porque este ano todos estão mais crescidos e o grupo integra agora dez crianças finalistas (5 anos), sete médias (4 anos) e uma de 3 anos.
Fala então a educadora:
Pedi emprestadas as palavras que encontrei aqui, pois parece-me que explicam bem aquilo que defendo na minha prática pedagógica:
Susana Rangel Vieira da Cunha, Supervisora Pedagógica do Azul Anil e Professora Doutora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul versa sobre esta prática:
“Assim vão sendo construídos estereótipos formais, espaciais, colorísticos, temáticos e também conceituais, tendo em vista que as crianças deixam de ler e representar o mundo a partir de seus referencias reais e imaginários.
Desde muito cedo, as crianças aprendem que precisam de modelos para seguirem as linhas predeterminadas de suas vidas:
Aprendem a ser silenciosos e subservientes ao amassarem as bolinhas de papel crepe. Aprendem a respeitar modelos e posturas quando têm minutos para executarem um trabalhinho.
Aprendem a ser consumidores e não produtores de imagens ao colorirem os modelos mimeografados dos educadores.
Aprendem a não ser sujeitos que sentem, pensam e transformam.
Essas ações levam as crianças a uma deseducação dos sentidos, da mesma forma que impossibilitam a constituição da linguagem visual e de leituras plurais sobre o mundo.
O ensino da arte, em qualquer nível e em especial na educação infantil, deveria abranger tanto a construção de imagens como contribuir para que as crianças realizem leituras cognoscentes, conscientes e sensíveis, e não se resumir à reprodução de imagens que estão aí sendo consumidas passivamente e indiscriminadamente através dos meios de comunicação.”
Aqui, tal como no "Azul Anil Espaço de Arte", também visamos o desenvolvimento de uma linguagem visual singular por parte de cada uma das crianças...
E, quando é necessário aplicar/avaliar conceitos adquiridos, a nossa professora prepara o material necessário, adequado às situações vivenciadas, ao contexto em que se situaram e até a cada um de nós... porque é importante que as tarefas propostas sejam desafiadoras para todos e nós somos diferentes uns dos outros!
Nestas primeiras tardes chuvosas... estamos a consolidar o hábito (aos pouquinhos), de começar uma tarefa, concentrarmo-nos e empenharmo-nos nela e conseguir terminá-la com sucesso! Seja ela da nossa iniciativa... ou não!
Aqui ficam alguns exemplos...
Um projeto individual da Leonor (4 anos):
fazer um boneco com materiais de desperdício
O projeto de iniciativa da Anita (4 anos):
construir um menino com rolo de papel (na foto ficou de lado)
A iniciativa da Mariana (3 anos) na caixa de luz
(- Anda vê pofessoa, tá tão monito o que eu fiz!)
O João (5 anos) a trabalhar a contagem e a conseguir fazer
a associação da quantidade ao número
O Guilherme (5 anos) a fazer um fixe contente em modelagem
O André P. (5 anos) muito orgulhoso do seu boneco de plasticina!
As construções com formas no quadro magnético
da Anita e da Mariana (4 anos)
Ontem correu tão bem... porque não repetir?
A Mariana, muito orgulhosa da sua composição na caixa de luz
E vamos continuar assim...
Estou plenamente de acordo.
ResponderEliminarNa nossa sala (JI Achete) os materiais também são construídos pela educadora, ou pelas crianças com apoio, em função da situação que se vive/explora no momento. Dá trabalho, mas compensa. Cada vez mais é necessário investir no desenvolvimento do potencial individual e resistir ao facilitismo que leva ao apoio do estereotipo e do consumo acrítico.
Devo dizer que o Blogfólio é um apoio importante para mim e um prazer segui-lo.
Olá, Juca,
ResponderEliminarSou completamente apaixonada pelo seu trabalho! Adoro vir aqui espreitar as novidades, vê-se que é uma excelente profissional, os seus meninos têm imensa sorte!
Gostei imenso de ler este post, já que sempre me causou bastante confusão ver tantas imagens estereotipadas a enfeitar paredes de JIs, bem como os desenhos que eles vão colorindo com tanta frequência, ao invés de trabalhos que lhes apelem mais à imaginação e criatividade...
Obrigada por esta partilha, que tanto nos enriquece!
Olá Quina e Dalila,
ResponderEliminarMuito obrigada por nos terem deixado o vosso simpático comentário.
É muito bom saber que o Bloguefólio recebe visitantes tão interessadas e que as nossas partilhas vos ão úteis.
É bomn crescer assim, em boa companhia!
Bjs, Juca e Sala Fixe